O ESTADO DE EXCEÇÃO EM GIORGIO AGAMBEN E O CONTROLE BIOPOLÍTICO SOBRE OS CORPOS FEMININOS: A REALIDADE DA DISTOPIA “O CONTO DA AIA” NA VIDA DAS MULHERES BRASILEIRAS

Joice Graciele Nielsson, Ana Claudia Delajustine

Resumo


A pesquisa analisa aspectos da obra O conto da Aia, de Margaret Atwood, a fim de compreender de que modo muitos de seus acontecimentos já são vivenciados, especialmente por mulheres no contexto brasileiro atual. Parte da hipótese de que, enquanto na distópica Gilead é necessário um golpe de estado e a instituição de um estado de exceção ditatorial, como crucial para o desencadeamento dos fatos narrados, na realidade brasileira, onde o estado de exceção habita permanentemente o seio democrático, tal como na obra de Giorgio Agamben, a violência biopolítica sobre determinados corpos femininos é uma realidade, demonstra Rita Segato. Portanto, na primeira parte desvelam-se os conceitos de biopolítica e estado de exceção em Agamben e, violência contra as mulheres em Rita Segato, para no segundo, demonstrar a conexão entre acontecimentos da obra, e a vida cotidiana das mulheres brasileiras. Ao final, a obra pode ajudar a refletir criticamente uma nação com base democrática aparentemente consolidada, que carrega na dimensão do radicalismo e do fundamentalismo em suas próprias fissuras, sujeitas a ascenderem e tolherem as liberdades de todos os sujeitos à mercê do poder soberano. O método da pesquisa é fenomenológico, visando uma revisão bibliográfica com interpretação de conceitos pela linguagem.

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