POTENCIAL AGROECOLÓGICO DA AGRICULTURA FAMILIAR DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS AGROEXTRATIVISTAS DO MARAJÓ, AMAZÔNIA ORIENTAL

Julio Cesar Vieira Frare, Ivanildo Amorim de Oliveira, Ludmila de Freitas

Resumo


Foi conduzido um diagnóstico rural de comunidades ribeirinhas formadas por agricultores familiares e extrativistas em seis municípios do Marajó: Bagre, Breves, Chaves, Gurupá, Portel e São Sebastião da Boa Vista. Essas famílias vivem de pesca artesanal, caça, extrativismo e agricultura, com destaque para a produção de macaxeira. A pesquisa teve por objetivo identificar o potencial agroecológico da agricultura praticada por estes agroextrativistas. Constatou-se que, apesar da frequente prática da queima antes do plantio como técnica principal de preparo do solo na região, fato que enriquece o debate a respeito da real sustentabilidade da agricultura local, estes agricultores não utilizam produtos sintéticos nem fertilizantes químicos, pelo contrário, estão acostumados a fazer a compostagem de produtos orgânicos, além de utilizarem preparados caseiros para afugentar as pragas das lavouras. A agricultura da região pode ser considerada como familiar uma vez que a produção agrícola é voltada principalmente para o consumo da família, sendo produzida em pequena escala, sem uso de maquinários e com mão de obra majoritariamente familiar. É possível afirmar, portanto, que a produção agroextrativista destes povos, em muitas situações, dialoga com os princípios da agroecologia, apresentando, inclusive, potencial para certificação orgânica.


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