INQUÉRITO AMOSTRAL DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO MUNICÍPIO DE CAMPOS NOVOS PAULISTA/SP-2018

Fabiano Cardoso da Silva, Mariana Vieira Angeli, Rodrigo Simões Cerqueira, Luiz Otávio Rodrigues Ribeiro, Marcelo Pelozzo Hayashi, Danilo Pacheco Lima, Patrícia de Fátima Florêncio Henschel, Fábio Fernando Ribeiro Manhoso

Resumo


A leishmaniose é uma doença parasitária e infecciosa, sendo a Leishmania chagasi infantum as formas mais prevalentes no Brasil. Sua transmissão ocorre através da picada do flebotomínio Lutzomyia longipalpis fazendo com que os cães se tornem os principais reservatórios em áreas urbanas. Os sinais clínicos nestes animais podem se manifestar de várias formas, com destaque para descamações e alopecias generalizadas, erosões na pele, onicogrifose, esplenomegalia, linfadenomegalia e desordens sistêmicas como vômito, diarréia, apatia, anorexia e emagrecimento. Visando o diagnóstico, existem algumas provas diretas e indiretas como exames sorológicos, parasitológicos e moleculares. Uma medida preconizada pela Organização Mundial da Saúde é a realização de inquéritos caninos, principalmente em áreas endêmicas ou com recentes casos autóctones. Baseado no exposto realizou-se um inquérito epidemiológico com 100 cães no Município de Campos Novos Paulista/SP, utilizando-se inicialmente do teste imunocromatográfico TR DPP®, Leishmaniose Visceral Canina Bio-Manguinhos™, visando certificar a ocorrência da doença no Município e, em caso de positividade, a confirmação sorológica com o método ELISA indireto. Buscando uma homogeneidade nas amostras, o Município foi dividido em quatro quadrantes, sendo assim colhidas 25 amostras em cada. Os animais foram escolhidos de forma aleatória dentro de cada quadrante, sendo coletado da veia cefálica 3 ml de sangue. As amostras foram encaminhadas ao Instituto Adolf Lutz em Marília/SP, onde foram submetidas aos testes diagnósticos. Das amostras, 4% apresentaram-se soro reagente ao teste rápido, sendo que destas, 50% foram positivas, na prova sorológica ELISA indireta, confirmando assim o diagnóstico para Leishmaniose Visceral.


Texto completo:

PDF

Referências


ALMEIDA, A. B. P. F.; MENDONÇA, A.J.; SOUSA, V. R. F. Prevalência e epidemiologia da leishmaniose visceral em cães e humanos, na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.7, p.1610-1615, 2010.

ALMEIDA, A. B. P. F.; FARIA, R. P.; PIMENTEL, M. F. A.; DAHROUG, M. A. A.; TURBINO, N. C. M. R.; SOUSA, V. R. F. Inquérito soroepidemiológico de leishmaniose canina em áreas endêmicas de Cuiabá, Estado de Mato Grosso. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v.42, n.2, p.156-159, 2009.

ASSIS, J.A.; QUEIROZ, N. M. G. P.; SILVEIRA, R. C. V.; NUNES, C. M.; OLIVEIRA, T. M. F. S.; NORONHA JUNIOR, A. C. F.; NEVES, M. F.; MACHADO, R. Z.; BUZETTI, W. A. S. Estudo comparativo dos métodos diagnósticos para Leishmaniose Visceral em cães oriundos de Ilha Solteira, SP. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.19, n.1, p. 17-25, 2010.

BRASIL. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Brasília-DF: Ministério da Saúde. p.28-29, 59-60, 2014.

BRILHANTE, A. F.; DORVAL, M. E. C.; GALATI, E. A. B.; CASTRO, V. O. L.; ROCCA, M. E. G.; FACCO, G. G.; SOUZA, C. S. F.; NUNES, V. L. B. Canine visceral leishmaniosis in an area of fishing tourism, Bonito Municipality, Mato Grosso do Sul, Central-West Brazil. Ciência Rural, Santa Maria, v.48, n.03, p. 78-86, 2018.

CASTRO, C. O.; VASCONCELOS, T. C. B.; SANTOS, J. P. C.; FIGUEIREDO, F. B. Distribuição geográfica dos casos de leishmaniose visceral canina no município do Rio de Janeiro, RJ, entre os anos de 2011e 2014. Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, v.14, n.27, p.89-98, 2018.

CARDIM, M. F. M.; GUIRADO, M. M.; DIBO, M. R.; CHIARAVALLOTI NETO, F. Leishmaniose visceral no estado de São Paulo, Brasil: análise espacial e espaço-temporal. Revista Saúde Pública. v.48, n.50, p.123-134, 2016

CLEARE, E.; MASON, J.; GARBOR, M.; IRWIN, P. Remainingvigilant for theexotic: cases of imported canine leishmaniosis in Australia 2000–2011. Australian Veterinary Jornal, v.92, n.4, p.119-127, 2014.

DUARTE, M. I. S.; BANDARÓ, R. S. In: Veronesi-Focaccia: Tratado de infectologia. São Paulo:Atheneu, 5.ed., 2015. p.1859-1887.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE/2008. Consultado em 03 de Junho de 2018 https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2004_2008/.

GOOGLE. Google Earth. Pro7.3. 2018. Vista aérea da cidade do Município de campos Novos Paulista. Disponível em: . Acesso em: 08-12-2018.

JERICÓ, M. M.; ANDRADE NETO, J. P.; KOGIKA, M. M. Tratado de Medicina Interna de Cães e gatos. Rio de Janeiro:Rocca, 2015. p.2206-2255.

LANGONI, H. Doenças infecciosas em animais de produção e companhia. Rio de Janeiro: Rocca, 2016. p.1013-1023.

OMS. Informe Epidemiológico das América. Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS/OMS. nº 6 - fevereiro, 2018.

STEINDEL, M.; MENIN, A.; EVANGELISTA, T.; STOCO, P. H.; MARLOW, M. A.; FLEITH, R. C.; PILATI, C.; GRISARD, E. C. Surto autóctone de leishmaniose visceral canina no Estado de Santa Catarina. Pesquisa. Veterinária. Brasileira. v.33, n.4, p.490-496, 2013.

PACHECO, A. D.; LAURENTI, M. D.; LIMA, V. M. F.; TOMOKANE, T. Y.; MARCONDES, M. Infecção por Leishmania sp. em cães de Florianópolis, Santa Catarina, SC, Brasil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.50, n.3, p.220-225, 2013.

PAULAN, S. C.; SILVA, D. T.; LINS, A. G. S.; LIMA, F. L.; TENÓRIO, M. S.; TASCA, K. I.; PANOSSO, A. R.; STARKE-BUZETTI, W. A. O conhecimento sobre leishmaniose visceral: suficiente para controle e prevenção? Revista Ciência e Extensão. v.12, n.2, p.47-60, 2016.

RISSO, D. F. A.; MARTINS, R. C.; GARRIDO NETO, L. L.; BRESCIANI, K. D. S.; MANHOSO, F. F. R. Inquérito Amostral da Leishmaniose canina no município de Marília – SP no período de 2012 a 2013 – Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV – SP, v14, n3, p.52, 2016.

ROCHA, M. A. N.; MATOS-ROCHA, T. J.; RIBEIRO, C. M. B.; ABREU, S. R. O. Epidemiological aspects of human and canine visceral leishmaniasis in State of Alagoas, Northeast, Brazil– Brazilian Journal o fBiology, Fevereiro. 2018.

RODRIGUES, A. C. M.; MELO, A. C. F. L.; SILVA JÚNIOR, A. D.; FRANCO, S. O.; RONDON, F. C. M.; BEVILAQUA, C. M. L. Epidemiologia da leishmaniose visceral no município de Fortaleza, Ceará. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.37, n10, p.1119-1124, 2017.

SALES, D. P.; CHAVES, D. P.; MARTINS, N. S.; SILVA, M. I. S. Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral Canina e Humana no estado do Maranhão, Brasil (2009-2012). Revista Brasileira de Ciência Veterinária, v.24, n.3, p.144-150, 2017.

SANTIS, B.; SANTOS, E. G. B.; SOUZA, C. S. F.; CHAVES, S. A. M. Desempenho do teste rápido imunocromatográfico (TRI) para o diagnóstico da leishmaniose visceral canina: comparação com outros métodos sorológicos em cães suspeitos de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.50, n.3, p.198-205, 2013.

SILVA, R. B. S.; MENDES, R. S.; SANTANA, V. L.; SOUZA, H. C.; RAMOS, C. P. S.; SOUZA, A. P.; ANDRADE, P. P.; MELO, M. A. Aspectos epidemiológicos da leishmaniose visceral canina na zona rural do semiárido paraibano e análise de técnicas de diagnóstico. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.36, n.7, p.625-629, 2016.

TOSCANO, C. P.; ROSSI, C. N.; RIBEIRO, V. M.; LAURENTI, M. D.; LARSSON, C. E. Caracterização clínica e epidemiológica das leishmanioses em cães no Estado de São Paulo. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.50, n.2, p.121-128, 2013.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.